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Erika Nogueira Pena

Graduanda em Formação Pedagógica Docente para a Educação Básica – Habilitação em Matemática pela Faculdade Educacional da Lapa – FAEL e Especialização em Docência com Ênfase em Educação Básica, pelo Programa de Pós-graduação em Docência do IFMG Arcos.


O ano de 2020 no Brasil foi marcado pelo Covid-19, o que requereu novas estratégias de ensino aprendizagem das escolas por motivos de segurança e para que a educação dos alunos não fossem impactados pela doença.

A aproximação dos alunos e professores se tornou mais fácil devido ao uso das tecnologias, em especial a internet, contudo práticas educativas necessitariam de maiores aprimoramentos para que a interação e comunicação entre aluno e professor fossem mais rápidas e eficaz. Assim, o aluno diante do novo cenário deve ter uma postura diferenciada no qual contribui para seu conhecimento. A aprendizagem ativa busca este elo aluno e professor no qual o “professor atua como orientador, supervisor, facilitador do processo de ensino aprendizagem, e não apenas como fonte única de informação e conhecimento. Dessa maneira, o aprendiz precisa ser um participante ativo para que ocorra a aprendizagem” (LEITE, 2018 p.584).

Alguns métodos podem ser utilizados pelos docentes para que situações de aprendizagem possam ser desenvolvidas, incentivando os estudantes a serem ativos no seu processo de ensino aprendizagem.

O método de ensino oriundo do currículo baseado em projetos é um processo de aprendizagem colaborativa de caráter contextualizada. Nele é proposto que os alunos desenvolvam projetos extraclasse no qual integram as diversas disciplinas/matérias de umdeterminado curso (VIEIRA JUNIOR et al, 2017)

Outra metodologia utilizada para aprendizagem ativa é a PBL (Problem-Based Learning) ou Aprendizagem Baseada em Problemas. Nesse método, é apresentado aos estudantes um problema inicial, o problema pode ser uma questão complexa, mas a qual eles precisam resolver por meio da colaboração, a finalidade do PBL é de que o aluno estude e aprenda determinados conteúdos. (TORRES e IRALA, 2014 p.78).

Os estudos de caso são parecidos com o PBL mas se diferenciam em sua análise, pois o aluno deve empregar conceitos já estudados anteriormente para chegar as possíveis soluções. O caso pode ser real, fictício ou adaptado a realidade e proporcionam aplicação da teoria à prática no seu cotidiano, questionando e levantando hipóteses para solucioná-lo. Reis (2017, p.28) adverte que “nem sempre há uma resposta certa para um caso estudado; o importante é reconhecer que soluções implicam em consequências”.

A Think Pair Share é um método que consiste em “tempo para pensar, tempo para compartilhar com um parceiro, e tempo para compartilhar entre pares para um grupo maior” (REIS, 2017 p.34). O professor pode iniciar o método com uma situação problema ou a leitura de um texto, os compartilhamentos deverão ser acompanhados para que se verifique o entendimento e esclarecimento das ideias. Os alunos aprendem a ouvir, pensar e a construir suas ideias a partir das ideias dos colegas. Recursos como vídeos, charges, propagandas, músicas, podem ser utilizados para enriquecer os assuntos, que poderão ser compartilhadospor duplas apresentando suas respostas e conclusões (REIS, 2017).

Mas como unir uma turma ou desenvolver trabalhos em grupo em tempos de COVID-19?

Vale mencionar a importância da internet e da tecnologia como auxiliadora da aprendizagem colaborativa. Troncarelli e Faria (2014, p. 441) mencionam que alguns softwares interativos podem ser utilizados em “atividades de grupos, para resolução de problemas, elaboração de projetos, construção do saber, entre outros”. A respeito, acrescenta que há necessidade de formação de grupos menores de alunos para que assim o aprendizado seja mais efetivo.

Os Chats ou salas de bate papo são oportunidades de comunicação em tempo real. Neste ambiente os participantes interagem de modo escrito, proporcionando a capacidade de raciocínio e agilidade na escrita. Após o chat deve ser gerado um relatório que deve ser analisado pelos professores e alunos, ressaltando os pontos mais relevantes da conversa. Através do chat o professor pode identificar os assuntos mais relevantes para os alunos e desenvolver trabalhos que visem as reais necessidades dos participantes (TORRES e IRALA, 2014).

Logo, salienta-se que “os recursos da internet, também permitem acesso gratuito e/ou compartilhamento de vasta quantidade de materiais educativos, de ampla abrangência, variedade e qualidade, permitindo a interação colaborativa” (TRONCARELLI e FARIA, 2014 p. 441).

Costa e Ferreira, (2012) pesquisaram sobre o auxílio dos recursos midiáticos na ministração de trabalhos colaborativos de matemática, os aplicativos de rede social. No tocante, os autores dividiram a turma em grupos passando um roteiro de trabalhos a cada conjunto. Após eram realizadas apresentações na sala da forma que o grupo se sentia mais a vontade para expor, em seguida o professor pontuava suas considerações e reforçava o conhecimento explicando também. Para suporte de interatividade entre os alunos era utilizado a rede social denominada TWITER. A pesquisa dos alunos para apresentação da atividade era guiada com este recurso. A medida que os materiais que davam suporte para a pesquisa eram encontrados, os outros integrantes do grupo sabiam, assim como eram valorizadas os links curtos acerca dos espaços virtuais visitados, nos quais poderiam ser encontrados material pertinente a sua pesquisa, comentários sobre as postagens dos colegas de grupo, disponibilizando um ambiente de troca de informações.

Como não se pode ter a interação nas salas de aula entre alunos e professor devido ao COVID-19, outras ferramentas são uteis para conduzir os bate-papos, por exemplo o webinar, whatzaap, instagram, padlet, hangouts, jamboard. Entretanto, conclui Leite et al (2005) que a tecnologia e a internet tem suporte em um projeto bem organizado pelo professor, metodologia utilizada e direcionamento pedagógico do curso, pois estes elementos – tecnologia e internet – por si só não garantirão a inovação e nem a qualidade de um curso.

E assim, a Educação a distância pode ser prazerosa quando ela é mais humana, dá a voz ao outro, que no caso é o aluno, quando ela o acolhe e se coloca no lugar dele – empatia (EDUTECH'20).

Referências
COSTA, Ana Maria S. N. FERREIRA, André L. A. Redes Sociais na Educação: aprendizagem colaborativa no ensino de Matemática. In. 1o Seminário Nacional de Inclusão Digital, 2012, Passo Fundo. Anais.. SENID Passo Fundo, 16 a 18 de abril de 2012.

EduTech'20 - Congresso de Tecnologia na Educação / Online. Práticas criativas na
educação online. 2020 (9:28:29). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=T2k1e9msigY. Acesso em: 16 de maio de 2020.

LEITE, Bruno Silva. Revista Internacional de Educação Superior. Aprendizagem Tecnológica Ativa. Campinas, SP v.4 n.3 p.580-609 set./dez. 2018.

LEITE, Cristiane L. K.; PASSOS, Marileni O. de A.; TORRES, Patrícia L.; ALCÂNTARA, Paulo R. A Aprendizagem colaborativa na educação a distância on-line. Net. Disponível: <http://www.nce.ufrj.br/ginape/iga502/Material_aulas/Aprendizagem%20colaborativa%20na%20educa%C3%A7%C3%A3o%20a%20dist%C3%A2ncia.pdf >. Acesso em: 01 de junho de 2020.

REIS, Angelina de Fátima Moreno Vaz dos. Think Pair Share-TPS aplicação no Ensino Fundamental I. 2017. 90 p. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2017.

TORRES, Patrícia L.; IRALA, Esrom A. F. Aprendizagem colaborativa: teoria e prática. Net. Disponível em: < http://www.agrinho.com.br/materialdoprofessor/aprendizagem-colaborativa-teoria-e-pratica >. Acesso em: 01 de junho de 2020.

TRONCARELLI, Marcella Z.; FARIA, Adriano A. A aprendizagem colaborativa para a interdependência positiva no processo ensino-aprendizagem em cursos universitários. Revista do Centro de Educação UFSM, Santa Maria, v. 39, n. 2, p. 427-444, maio/ago, 2014.

VIEIRA JUNIOR, N.; ESTEVES, O. A.; VERALDO JUNIOR, L. G.; GOMES, A. P.; BOITO, D.; BRUM, E.; LOPES JÚNIOR, L. S.; FIORI, S.; FERNANDES, V. M.; PRAVIA, Z. C.; SOUSA, P. F. B.; ASSIS, E. G.; FERLIN, E. P. Currículo baseado em projetos. In: Sessão dirigida. Joinville: Associação Brasileira de Educação em Engenharia, 2017, v. 1, p. (no prelo).


Recebido em 02 de junho de 2020
Publicado em 26 de junho de 2020


Como citar este artigo (ABNT)

PENA, Erika Nogueira. A importância da Metodologia Ativa e o uso da tecnologia e internet em tempos de COVID-19. Revista MultiAtual, v. 1, n.2., 26 de junho de 2020. Disponível em: https://www.multiatual.com.br/2020/06/a-importancia-da-metodologia-ativa-e-o.html