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Antônio Augusto Rocha
Athayde
Aluno de pós graduação em
Docência IFMG/ Arcos
Thomas Jeferson Oliveira
de Aquino
Aluno de pós graduação em
Docência IFMG/ Arcos
Patricia Ferreira Santos
Guanãbens
Professora Orientadora
IFMG/Arcos
Resumo
O uso de tecnologias e recursos educacionais digitais como ferramenta de
aprendizagem, tem como objetivo tornar a educação mais conectada com as atuais
necessidades dos docentes, estudantes e toda a comunidade escolar, facilitando
o desenvolvimento de competências para alunos e professores mediante às
necessidades da sociedade do século XXI. A utilização de tais ferramentas traz
inovações para que as atividades educacionais sejam mais alinhadas às vocações,
aos desejos e às realidades de cada um. Historicamente no Brasil, as
políticas públicas voltadas para a inserção de tecnologias da informação e
comunicação (TIC) nas escolas vêm sendo planejadas desde a década de 1990, a
partir a popularização do computador que se tornara acessível tanto para as
empresas, famílias e para instituições de ensino. Com o objetivo de analisar como a tecnologia da
informação pode ser usada como ferramenta de apoio para o ensino aprendizagem,
foi desenvolvido o presente trabalho, que analisou diversos trabalhos
científicos a respeito desta temática. As Tecnologias
da Informação e Comunicação – TICs possibilitam que as aulas presenciais ou o
modelo de Ensino Hibrido possam ser realizadas a distância onde professor e
aluno se conectam em uma sala virtual e se comunicam através de áudio e vídeo. A tecnologia da
informação atinge as mais diversas áreas do conhecimento. O professor terá
papel fundamental no ensino e aprendizado, e
poderá auxiliar ainda mais a inclusão dos computadores, na era digital. Concluiu-se
que a tecnologia da informação é altamente presente em nossas vidas e a assumindo
assim grande importância como ferramenta
de apoio pedagógico, tendo em vista que a integração das TICs na educação é um
grande desafio a ser enfrentado pela comunidade escolar e faz parte de uma
evolução no sistema educacional do país e que possibilita um trabalho mais
dinâmico, e eficiente na construção do ensino-aprendizagem do educando.
Palavras-chave:
Comunicação,
Conhecimento, Educação, Ensino, Tecnologias
Abstract
The use
of digital educational technologies and resources as a learning tool, aims to
make education more connected with the current needs of teachers, students and
the entire school community, facilitating the development of skills for
students and teachers through the needs of the society of the XXI century. The
use of such tools brings innovations so that educational activities are more
aligned with the vocations, desires and realities of each one. Historically in
Brazil, public policies aimed at the insertion of information and communication
technologies (ICT) in schools have been planned since the 1990s, starting with
the popularization of the computer that had become accessible both to
companies, families and institutions education. In order to analyze how
information technology can be used as a support tool for teaching and learning,
this work was developed, which analyzed several scientific works on this theme.
Information and Communication Technologies - ICTs allow face-to-face classes or
the Hybrid Teaching model to be carried out remotely where teacher and student
connect in a virtual room and communicate through audio and video. Information
technology reaches the most diverse areas of knowledge. The teacher will have a
fundamental role in teaching and learning, and will be able to further assist
the inclusion of computers in the digital age. It was concluded that the
existence of information technology in our lives is clear and its importance as
a pedagogical support tool, considering that the integration of ICTs in
education is a great challenge to be faced by the school community and is part
of a evolution in the educational system of the country and that allows a more
dynamic and efficient work in the construction of the student's
teaching-learning.
Keywords:
Communication, Knowledge, Education, Teaching, Technologies
1INTRODUÇÃO
O uso de
Tecnologias da Informação e Comunicação - TICs como ferramentas digitais no
processo de ensino e aprendizagem tornou-se necessário
na atualidade, haja vista a interação
global e imediata por meio de diferente dispositivos de comunicação. A
utilização de tecnologias está além das formas de comunicação e permite a
obteção de informações rápidas, transações financeiras, monitoramento de ambientes
e/ou pessoas, dentre outros.
O uso das TICs
nas escolas tem por objetivo tornar a educação conectada com as atuais
necessidades de acesso a informações, dos docentes, estudantes e toda a
comunidade escolar, permitindo o desenvolvimento de atividades e acesso às plataformas
e material digitais por alunos e professores. A utilização de tais ferramentas
traz inovações para que as atividades educacionais promovam a aprendizagem
significativa, alinhada às tecnologias atuais.
Segundo a Base
Nacional Comum Curricular - BNCC:
No novo cenário mundial,
reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo,
analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente,
produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações.
Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar
com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e
responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos
para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para
identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com
as diferenças e as diversidades. (BRASIL, 2017, p14)
A BNCC aponta que, para a
escola oferecer uma educação que faça sentido para o aluno que nasceu no século
XXI, devem-se explorar os aspectos relacionados ao seu desenvolvimento físico,
psicológico e social. Ao ensinar, o professor deve utilizar elementos que façam
parte do meio sociocultural do aluno, para que seja possível se aproximar cada
vez mais de seu universo e para que sua aprendizagem se torne significativa. De acordo com Moreira
(2012, p.2), a aprendizagem
significativa se caracteriza pela interação entre conhecimentos prévios e
conhecimentos novos, o autor propõe que essa interação é não literal e não
arbitrária. Nesse processo, os novos conhecimentos adquirem significado para o
sujeito e os conhecimentos prévios adquirem novos significados ou maior
estabilidade cognitiva.
Historicamente no Brasil, as políticas públicas
educacionais voltadas para a inserção de Tecnologias da Informação e
Comunicação – TICs nas escolas vêm sendo planejadas desde as décadas de 1970 e
1980, quando o desenvolvimento de novas tecnologias digitais e da eletrônica se
tornou um fator marcante, o governo observou a necessidade de criar órgãos
responsáveis pela coordenação e política nacional de informática, tais como a
SEI – Secretaria Nacional de Informática. Nessa época, sob influência de países
como Estados Unidos e França, a Tecnologia Educacional começou a se desenvolver
e o Ministério da Educação (MEC), Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) e outros órgãos propuseram políticas para as
primeiras investigações na área (SILVA, 2009).
Na década de 90, mais precisamente em 1997, o Programa Nacional de
Tecnologia Educacional (ProInfo) foi criado pelo MEC, para promover o uso da
tecnologia como ferramenta de enriquecimento pedagógico no ensino público
fundamental e médio. De acordo com a apresentação do programa
disponível no site do MEC, o Proinfo foi apresentado como:
[...] um programa
educacional com o objetivo de promover o uso pedagógico da informática na rede
pública de educação básica. O programa leva às escolas computadores, recursos
digitais e conteúdos educacionais. Em contrapartida, estados, Distrito Federal
e municípios devem garantir a estrutura adequada para receber os laboratórios e
capacitar os educadores para uso das máquinas e tecnologias. (BRASIL, 2007,
p.3)
O ProInfo foi um projeto
do Governo Federal e teve como plataforma a integração da tecnologia à escola.
Surgiu para atender a necessidade criada pela rápida evolução tecnológica e a
disponibilização da internet que criou uma revolução na rapidez e facilidade de
acesso à informação e criação de conteúdos. Seu objetivo foi a incorporação das
TICs ao ambiente de aprendizagem como ferramenta pedagógica para a melhoria da
qualidade do ensino e qualificação profissional dos professores. Em 2007, o
projeto passou por uma reestruturação e de acordo com o Decreto nº 6.300, o
governo estabelece:
Art. 1o O Programa
Nacional de Tecnologia Educacional - ProInfo, executado no âmbito do Ministério
da Educação, promoverá o uso pedagógico das tecnologias de informação e
comunicação nas redes públicas de educação básica. Parágrafo único. São
objetivos do ProInfo:
I - promover o uso
pedagógico das tecnologias de informação e comunicação nas escolas de educação
básica das redes públicas de ensino urbanas e rurais;
II - fomentar a melhoria
do processo de ensino e aprendizagem com o uso das tecnologias de informação e
comunicação;
III - promover a
capacitação dos agentes educacionais envolvidos nas ações do Programa;
IV - contribuir com a
inclusão digital por meio da ampliação do acesso a computadores, da conexão à
rede mundial de computadores e de outras tecnologias digitais, beneficiando a
comunidade escolar e a população próxima às escolas;
V - contribuir para a
preparação dos jovens e adultos para o mercado de trabalho por meio do uso das
tecnologias de informação e comunicação; e
VI - fomentar a produção
nacional de conteúdos digitais educacionais. (BRASIL, 2007, p.3)
Segundo
Kalinke (1999, p.15), os avanços tecnológicos estão sendo utilizados
praticamente por todos os ramos do conhecimento. As descobertas são
extremamente rápidas e estão à nossa disposição com uma velocidade nunca antes
imaginada. A internet, os canais de televisão a cabo e aberta, os recursos de
multimídia estão presentes e são disponíveis em uma parcela significativa da
sociedade. Tudo isso faz com que os alunos estejam cada vez mais informados,
atualizados e participantes deste mundo globalizado.
Os avanços da
globalização fizeram o Governo Federal, por meio do MEC, modernizar e adequar o
sistema educacional brasileiro à nova realidade do mundo tecnológico e
globalizado. Através da normatização por leis, decretos e documentos
fundamentais que norteiam e padronizam a educação no âmbito nacional, para sua
adequação sócio-cultural e garantia de sua qualidade. Embora as tecnologias
sejam utilizadas em sala de aula há muitas décadas,, estudos
realizados por Lévy (2000, p.22) indicam o uso das tecnologias como o computador, seus softwares
educacionais e, principalmente, a internet possibilitaram novas abordagens em sala de
aula, ampliando o campo de atuação do professor.
É importante ressaltar a utilização das
tecnologias pelo professor como uma ferramenta dentro do contexto da disciplina,
para que elas sejam aliadas à sua metodologia, tornando a aula mais atrativa e
dinâmica.
O presente estudo tem como
objetivo analisar maneiras como as TICs podem ser usadas em sala de aula, seja
na utilização de softwares e aplicativos ou através do acesso a internet, pelos
professores e alunos sendo ferramentas de apoio para o processo de ensino e aprendizagem
e para aplicação do Modelo de Ensino Híbrido.
1.1 LEIS, PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, BASE
NACIONAL COMUM CURRICULAR E INCENTIVO AO USO DE TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO.
Para compreender o sistema educacional brasileiro
é necessário se familiarizar com as Leis, Parâmetros e Bases Curriculares que
regem, orientam e normatizam a implantação de currículos nas escolas, quetêm
por objetivo padronizar a educação em território nacional. Em todos esses
documentos, a TIC é apontada como uma ferramenta de uso imprescindível para a
educação conectada com a contemporaneidade.
Quanto ao uso da tecnologia na sala de aula, os
Parâmetros Curriculares Nacionais para a Educação Básica, apontam
que:
Como
qualquer ferramenta, devem ser usadas e adaptadas para servir a fins
educacionais e como tecnologia assistiva; desenvolvidas de forma a possibilitar
que a interatividade virtual se desenvolva de modo mais intenso, inclusive na
produção de linguagens. Assim, a infraestrutura tecnológica, como apoio
pedagógico às atividades escolares, deve também garantir acesso dos estudantes
[...] às possibilidades da convergência digital. Essa distância necessita ser
superada, mediante aproximação dos recursos tecnológicos de informação e
comunicação, estimulando a criação de novos métodos didático-pedagógicos, para
que tais recursos e métodos sejam inseridos no cotidiano escolar. (BRASIL,
2013).
Em 2014, a Lei nº 13.005/20147 promulgou o Plano
Nacional de Educação (PNE), que reitera a necessidade de estabelecer e
implantar diretrizes pedagógicas para a educação básica e uma base nacional
comum dos currículos, com direitos, objetivos, competências e habilidades a
serem desenvolvidas durante o processo de aprendizagem dos alunos no que se
refere a cada ano do Ensino Fundamental e Médio (BRASIL, 2014).
Em dezembro de 2017, o Conselho
Nacional de Educação (CNE) e o MEC aprovaram e homologaram a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) para
a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Por sua vez, o documento para o
Ensino Médio foi homologado no dia 14 de dezembro de 2018, pelo Ministério da
Educação. A partir de então, a BNCC se tornou uma referência única para a
Educação Básica em todas as escolas públicas e privadas do território nacional.
A BNCC é um documento de
caráter normativo que estabelece conhecimentos, competências e habilidades
esperados que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica,
bem como os objetivos de aprendizagem que se deseja alcançar. A construção
deste documento, coordenada pelo CNE, aconteceu ao longo dos anos, por meio de
discussões, consultas públicas, seminários e redação colaborativa. A BNCC não
deve ser considerada um currículo da Educação Básica, mas ela tem como
finalidade nortear a construção dos Currículos Estaduais e Municipais e também
auxiliar na elaboração do Plano Político Pedagógico e do currículo das escolas.
Considerando as
particularidades, características sociais e culturais da localidade de cada
instituição de ensino, a BNCC possui uma base comum que determina
as competências, habilidades e conteúdos que devem ser ensinados,
independentemente de onde as crianças, os adolescentes e os jovens moram ou
estudam. E, uma parte diversificada que
complementa a base comum através da insersão de novos conteúdos aos currículos,
relacionada à realidade local da escola bem como as atualidades socioculturais
que fazem parte do cotidiano dos alunos.
Os currículos da Educação Infantil, do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio devem ter base nacional comum, a ser
complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por
uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da
sociedade, da cultura, da economia e dos educandos (BRASIL, 1996).
Atualmente, a Base Nacional Comum Curricular é o
documento normativo e norteador da educação no Brasil, a qual sintetiza as
orientações de todos marcos legais no que se diz ao direito a educação no país.
A Constituição Federal de
1988, em seu Artigo 205, reconhece a educação como direito fundamental
compartilhado entre Estado, família e sociedade ao determinar que “a educação,
direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho."
(BRASIL, 1988).
Sobre o uso das
tecnologias como uma ferramenta pedagógica do professor e do aluno no processo
de ensino aprendizagem, a BNCC propõe que as tecnologias devem ser um meio pelo
qual a educação pode inserir e preparar o aluno para a utilização das
tecnologias em uma sociedade em constante mudança, proporcionando a inclusão
social no mercado de trabalho e preparando os jovens para futuras profissões
que farão uso das tecnologias digitais como ferramenta de trabalho.
Na BNCC, o termo “tecnologia” é mencionado em todo
o documento referente à etapa do Ensino Médio, sempre fazendo alusão de sua
utilização como ferramenta para o desenvolvimento de compentências e
habilidades em todas as áreas do conhecimento (linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências
humanas e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; e ciências da
natureza e suas tecnologias).
Para
o Ensino Médio, a tecnologia assume especial relevância, pois:
...dada a intrínseca relação entre as culturas
juvenis e a cultura digital, torna-se imprescindível ampliar e aprofundar as
aprendizagens construídas nas etapas anteriores. Afinal, os jovens estão
dinamicamente inseridos na cultura digital, não somente como consumidores, mas
se engajando cada vez mais como protagonistas. Portanto, na BNCC dessa etapa, o
foco passa a estar no reconhecimento das potencialidades das tecnologias
digitais para a realização de uma série de atividades relacionadas a todas as
áreas do conhecimento, a diversas práticas sociais e ao mundo do trabalho.
(Brasil, BNCC, 2017, p. 474)
Uma das competências gerais da Educação
Básica destacada pela BNCC diz que os alunos devem “Compreender,
utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de
forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas
sociais.” (Brasil, BNCC, 2017, p. 9).
Essa
competência evidencia a relevância das tecnologias digitais no âmbito
pedagógico, importantes para o desenvolvimento e para o processo de
aprendizagem do aluno de forma crítica e criativa, oportunizando a construção
do seu conhecimento e apropriação de tal ferramenta para uso em sua vida
pessoal e profissional.
Conclui-se,
portanto que as tecnologias estão diretamente ligadas à educação e são
ferramentas fundamentalmente respaldada por leis e diretrizes curriculares que
incentivam e indicam seu uso como prática pedagógica no processo de
ensino-aprendizagem, tanto no ambiente escolar como fora dele, pois se trata de
um recurso que permeia a sociedade globalizada em que vivemos. Tal fato
alimenta discussões a respeito das práticas e metodologias para o uso das
tecnologias na escola; do cenário escolar que favoreça o uso das tecnologias;
competências dos educadores para o uso das mesmas; elaboração de um plano de
aula que utilize as tecnologias como ferramenta de ensino e avaliação.
Fundamentado nas
legislações que amparam o uso da tecnologia na Educação Básica, haja vista seu
potencial como ferramenta pedagógica, as TICs são apontadas como ferramentas
facilitadoras para o aprendizado do aluno, de maneira que a formação na
Educação Básica proporcione embasamento teórico e prático para utilização de
aparatos tecnológicos e digitais na trajetória educacional e profissional.
1.2.
ENSINO HÍBRIDO.
O ensino na atualidade, não exige que o aluno
esteja presente dentro de uma sala de aula concreta com lousa, cercada por
paredes, repleta de carteiras e cadeiras e com a presença de alunos e
professores. As TICs possibilitam que as aulas presenciais possam ser
realizadas a distância, professor e alunos se conectam em uma sala virtual e se
comunicam através de áudio e vídeo. A interação pode acontecer em tempo real entre
professor e aluno, simulando uma aula presencial convencional, ou por meio da
disponbilização de materiais como textos, videoaulas, animações e a realização
de fóruns, chats e interações assíncronas.
Entre o
tradicional modelo de ensino presencial e o ensino a distância, surge o ensino
híbrido. Segundo Moran (2017, apud YAEGASHI, 2017, p. 23), as características do Ensino Híbrido são a
mistura do ensino presencial com o digital, se utilizando das TICs como
ferramentas de ensino. Esta junção possibilita a flexibilização do local de
aula, do tempo de execução e do planejamento didático. As aulas na Modalidade
de Ensino Híbrido, tem o potencial de estimular o aprendizado dos alunos
através da proposição de desafios na resolução de problemas, criação de projetos
desde os de simples execução até os mais complexos, tanto em grupo como
individualmente. O autor sugere que essa aprendizagem deva ser mediada por
professores que orientem cada aluno em atividades que promovam um contato
direto com exemplos teóricos e práticos. O professor deve supervisionar o
andamento do processo de aprendizagem do aluno através das devolutivas e
resoluções que podem ser postadas e compartilhadas em uma plataforma digital.
Sobre o
Modelo de Ensino Híbrido o autor ainda defende a utilização de metodologias e
didática que incorporem as TICs nas aulas.
1) O modelo blended, semipresencial, misturado, em
que nos reunimos de várias formas – física e digital – em grupos e momentos
diferentes, de acordo com a necessidade, com muita flexibilidade, sem os
horários rígidos e planejamento engessado; 2) Metodologias ativas: aprendemos
melhor através de práticas, atividades, jogos, projetos relevantes do que da
forma convencional, combinando colaboração (aprender juntos) e personalização
(incentivar e gerenciar os percursos individuais) e 3) O modelo online com uma mistura de colaboração e
personalização, em tempo real e através de multiplataformas digitais móveis.
(Moran, 2017)
O ensino híbrido é defendido por especialistas como
Lilian Bacich (2015) como uma mistura metodológica que impacta a ação do
professor em relação ao ensino e a ação dos estudantes no tocante a situações
de aprendizagem. Assim, o ensino pode ocorrer de modo on-line e
presencial com combinações de atividades off-lin,.
considerando-se que “A sala de
aula ou os demais espaços escolares precisam ser pensados pelo professor de
maneira que se integrem a partir das atividades que os alunos irão realizar” (p´.107).
O material didático pode ser constituído de livros,
artigos, links de sites, fóruns, vídeos, sendo disponibilizado pelo professor,
antes ou após a aula e enviado por e-mail
ou compartilhado em uma plataforma digital.
Sobre o contexto da
educação contemporânea e do uso das tecnologias em sala de aula, é possível
perceber sobre a importância da “leitura do mundo”, que hoje, com acesso à
tecnologia, possibilita a todos os envolvidos no processo educacional, uma
leitura crítica e transformadora da escola e da sociedade. Tais tecnologias utilizadas como complemento
alternativo às aulas presenciais trouxeram inovação educacional a um setor que
esteve enraizado durante décadas no ensino tradicional, avesso a mudanças.
Para a realização do Modelo
de Ensino Hibrido, que é um novo paradigma que está sendo adotado nos últimos
10 anos nas Redes de Educação Pública e Privada do país, o MEC e as Secretarias
Estaduais de Educação oferecem respaldo através do preparo e auxílio para a
gestão escolar, professores e alunos. Tais políticas públicas educacionais de
apoio à utilização de TICs como ferramentas pedagógicas no processo de ensino e
aprendizagem podem ser acessadas através de plataformas digitais de domínio
público, sem fins lucrativos por professores da Rede Pública de Ensino.
Algumas plataformas de
Ensino Híbrido para capacitação dos professores e alunos são oferecidas pelo
MEC e Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, por exemplo:
·
Centro de Mídias SP (CMSP)[1]: é uma plataforma digital em forma de aplicativo para celular e computador
da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo para
contribuir com a formação dos profissionais da Rede e ampliar a oferta aos
alunos de uma educação mediada por tecnologia, com conectividade com o Youtube, Google Classroom dentre outras ferramentas digitais.
·
Centro de Inovação para a
Educação Brasileira (CIEB)[2]: O Centro de Inovação para
a Educação Brasileira (CIEB) é uma associação sem fins lucrativos, criada em
2016, com o intuito de promover a cultura de inovação na educação pública
brasileira.Atua em apoio à formulação de políticas públicas, desenvolvendo
conceitos, prototipando ferramentas e articulando os atores do ecossistema do
ensino básico.
·
Plataforma AVAMEC[3]:
É um
ambiente virtual colaborativo de aprendizagem que permite a concepção,
administração e desenvolvimento de diversos tipos de ações formativas, como
cursos a distância, complemento a cursos presenciais, projetos de pesquisa,
projetos colaborativas e diversas outras formas de apoio educacional à
distância ao processo ensino e- aprendizagem.
·
EFAPE: Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação “Paulo Renato Costa
Souza” (EFAPE)[4] é
uma iniciativa pioneira no país. A plataforma foi criada em 2009 como parte do
Programa “Mais Qualidade na Escola”, e tem como propósito o desenvolvimento
profissional dos servidores da SEDUC-SP, com foco na atuação prática e
incorporando as novas tecnologias como ferramentas da formação continuada.
Tais modificações no sistema escolar e educacional, como a adoção de um
novo método de ensino, novas ferramentas e um novo ambiente de aprendizagem,
aconteceram de uma maneira repentina e ainda estão em fase de adaptação. É
preciso repensar o espaço do professor e dos alunos. Assim, considera-se o tema abordado nesse artigo importante e necessário para educadores,
para alunos e para demais personagens que estão envolvidos com o processo
educacional. É notável que o Ensino Híbrido seja, assim, um caminho novo a ser
percorrido pelos educadores e alunos, capaz de criar novas possibilidades de
melhorias na educação brasileira.
1.3
CONTEXTUALIZANDO: A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO.
Atualmente é impossível
ignorar o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação - TICs devido a seus
diversos recursos, como: celulares, computadores, tablets, e outros. As TICs aproximaram pessoas, encurtaram
distâncias, e permitiram a troca de saberes em tempo real, e, neste sentido,
temos como exemplo os e-mails, as chamadas de vídeo, as vídeo-aulas, etc
tornando possível e eficiente a atividade humana em todos os seus campos. A
globalização trouxe para a sociedade uma tecnologia da informação cada vez mais
veloz e prática e tem exigido pessoas capacitadas, inteligentes e com maior e
melhor discernimento,.TESSARO et al,
2018.
Considerando que deva
acontecer integração entre cognitivo e afetivo; entre intuitivo e educativo,
para que o indivíduo seja capaz de apresentar soluções em situações-problema,
Piaget (1996), propõe que ensino e aprendizagem, leva a uma construção social.
Nesta construção, é importante atentar às questões econômicas, políticas e
sociais e como essas reflexões sobre isso acontecem para que o ensino e aprendizagem
possa propiciar possibilidades de emancipação do indivíduo (TESSARO et al, 2018).
Para que a escola ofereça
as condições adequadas à formação do indivíduo, segundo Romero (2005), a mesma
deve ser realizada com a utilização de meios e recursos de informatica, por
isso a importância da adoção de TICs como ferramenta de apoio no processo de
ensino e aprendizagem. Assim, a escola estará mais apta a cumprir seu papel
de formar cidadãos atualizados, habilitados e capazes de atuarem no mercado de
trabalho competitivo e na própria sociedade, Perrenoud (2000).
2 REFERENCIAL TEÓRICO.
2.1 TECNOLOGIA E RECURSOS DA
INFORMAÇÃO.
O que diferencia a espécie
humana das outras espécies é a sua capacidade de desenvolver diferentes tipos
de tecnologias de acordo com Sancho
(1990, p., apud TESSARO et al, 2018,
p.3). A tecnologia é, em suma, o uso do conhecimento para obter resultados
práticos, um instrumento usado para facilitar a sobrevivência do homem. Kenski
(2004).
Conforme afirma Adam Silva
(2015): “a Tecnologia da Informação é um conjunto de atividades e soluções
envolvendo hardware, software, banco de dados, e redes que atuam no sentido de
facilitar o acesso, análise e gerenciamento de informações.”.Castells (1999),
afirma que a sociedade atual como um todo precisa da tecnologia da informação,
isso se deve ao fato de hoje, a informatização atingir as mais diversas áreas
do conhecimento e estar muito mais presente no cotidiano das pessoas, mesmo
quando elas não a percebem.
No entanto, em meio à era
digital, e pleno crescimento da tecnologia da informação, uma grande parcela da
população desconhece a importância da tecnologia. Ainda há acesso restrito a
toda essa informação, concebendo os chamados “analfabetos digitais” (TAPSCOTT,
2000). As pessoas que não possuem acesso a computadores, disputam de forma
desigual um espaço no mercado de trabalho e na sociedade.
A utilidade das TICs
permeia a maioria dos setores estruturais de uma organização, uma vez que a
tecnologia apresenta os seguintes fatores de alinhamento: mensurar benefícios
organizacionais; suportar objetivos organizacionais; eliminar barreiras de
tempo e distância; programar atividades organizacionais; compartilhar recursos;
tornar a organização mais competitiva; dar consistência aos planos
organizacionais; potencializar estratégias; capacitar pessoas; obter vantagens
competitivas; gerar estratégias de sucesso com visão organizacional (REZENDE,
2002). ,Dessa maneira, entendemos a importância de proporcionar ao aluno o
contato com elas desde a escola até a sua iniciação no mercado de trabalho.
2.2 ENSINO E APRENDIZAGEM
E AS TICs NA EDUCAÇÃO
Jean Piaget (1975)
apresentou magníficas contribuições sobre a construção do saber como os mecanismos que interferem ou não
nesta construção, as influências educativas que chamam atenção para os
processos individuais e que procuram observar como cada indivíduo aprende
promovendo a relação das conexões oferecidas pelo ensino. Sendo assim, a
educação deve acontecer em torno de três mecanismos: o cognitivo, o
sociocultural e o político. O cognitivou, ou seja, o aprendizado acontece
quando é realizada a integração entre cognitivo e afetivo, ou seja, dois
sentimentos que quando somados resultam na aquisição do conhecimento. A
integração sociocultural do aluno baseia-se na formação de valores, atitudes
que fazem desse indivíduo um ser social. No entanto, o processo de ensino e aprendizagem
deve ser compreendido como uma política no ambito educacional no sentido de
politizar o aluno.
Partindo desse princípio,
concebe-se que o conhecimento é uma construção social, assim, torna-se
necessário examinar os interesses econômicos, políticos e sociais que as
diferentes formas de conhecer podem refletir (TESSARO et al, 2018).
De acordo com Moran (2007),
o educador deve almejar um domínio contínuo e crescente das tecnologias, sem
perder o foco da educação, cuja ação deve submeter o aluno à busca de
conhecimento cultural, pedagógico, dentro dos padrões curriculares, com a
tecnologia utilizada como recurso facilitador para a democratização e
construção do conhecimento. De forma que a tecnologia da informação pode
alavancar a construção do conhecimento, através do rápido acesso às informações
que, com a união dos três mecanismos de aprendizagem, por onde a pessoa
sintetiza o conhecimento e, associar os estímulos cognitivos com a agilidade de
busca oferecida pela tecnologia da informação e comunicação.
É indispensável a formação
e capacitação profissional docente acerca de novas tecnologias educacionais,
pois quando estas são utilizadas de maneiras inteligentes, produz intensa
democratização de conhecimento e de produção. Mas, não somente o domínio e bom
uso das tecnologias, como também o planejamento adequado é necessário. Segundo
Moran (2007), é importante estabelecer metas adequadas na escolha de atividades
procurando clareza nos objetivos, compreensão dos alunos, uso de de instruções
repetidamente, essas e outras atitudes que podem ser tomadas pelos professores
e que potencializam a aprendizagem. Ao observar todo avanço digital, é
inevitável perceber a necessidade de uma escola informatizada, que adotem as
TICs como ferramenta para o processo de ensino e aprendizagem. De acordo com
Romero (2005), a escola precisa levar em consideração além do aprendizado da
leitura e da escrita, a leitura e produção de outras linguagens.
Em 2005 um estudo sobre a
infraestrutura das escolas brasileiras, aponta que de 23 mil escolas de Ensino
Médio, 59% dispunham de computadores com acesso à Internet. Porém, em 2012
demonstrou que o uso do computador nas escolas públicas é rudimentar, porque
apesar do número de escolas públicas com computador conectado à internet ter
crescido de 92% para 100% entre 2010 e 2011, apenas 4% das salas de aula
possuem computadores (TESSARO et al,
2018).
De acordo com Porto (2006),
o acesso a tecnologias como a Internet e aos computadores, tablets, notebooks
modernos não ocorre para todos, e isso gera uma exclusão das pessoas mais
pobres.
Pozzo (2001) reflete, que
quando se fala de escola, é quase que automático sermos remetidos ao papel que
ela tem de formação de cidadãos que estejam atualizados, habilitados e capazes
de atuarem num mercado de trabalho altamente competitivo, que cobra
conhecimento, assim destaca: “A informatização do conhecimento tornou muito
mais acessíveis todos os saberes”.
É fato, que o professor,
durante anos, vem desenvolvendo uma prática pedagógica prioritariamente, dando
aula, passando conteúdo na lousa, corrigindo os exercícios e provas dos alunos.
Mas este cenário começou e continua a ser alterado já faz algum tempo, com a
chegada de computadores, internet, vídeo, projetor, câmera, e outros recursos
tecnológicos nas escolas. Nesse sentido, é necessário que o professor se aproprie
do manejo das tecnologias e faça seu uso em sala de aula, a fim de cumprir
efetivamente o papel social da escola e oferecer ao aluno ferramentas
tecnológicas para o processo de ensino e aprendizagem, PRADO (2010).
Na nova jornada de inclusão
dos computadores como ferramenta tecnológica e método didático, o professor
terá seu papel mais importante do que nunca no processo de ensino e aprendizagem,
ele será o mediador entre o uso técnico do computador e da realização de
pesquisas, por exemplo, antes eram feitas na biblioteca consultando os livros e
hoje em dia utilizamos a internet, como tecnologia da informação e ferramenta
tecnológica.
A Teoria Construtivista de
aprendizagem diz que o aluno é o construtor do conhecimento aprendendo a partir
da sua interação com o objeto a ser estudado. Perrenoud (2000) defende o uso
das tecnologias no processo de ensino e aprendizagem, numa visão
construcionista, é o aluno que constrói seu conhecimento, por meio de
experimentações realizadas no computador.
Assim, pode-se deduzir,
conforme diz Wertsch (1998), que um indivíduo que pertença a um grupo social
que não utiliza informática não aprenderá sobre ela, ou pior, ao não aprender
sobre ela, torna-se excluído das comunidades que a utilizam.
Almeja-se destacar que
apresentar o computador para os alunos na escola os desafia para o aprendizado.
Segundo estudos de Vygotsky (2003), o cérebro é um órgão que se adapta às novas
necessidades sem sofrer alteração física. Neste sentido, é necessário que os
professores “saibam incorporar e utilizar as novas tecnologias no processo de
aprendizagem exigindo-se uma nova configuração do processo didático
metodológico tradicionalmente usado em nossas escolas” (MERCADO, 1999, p. 14).
A inovação não está restrita ao uso da tecnologia, mas também à maneira como o
professor vai se apropriar desses recursos para criar projetos e métodologias
pedagógicas.
2.3 ISOLAMENTO SOCIAL E O ENSINO REMOTO.
No ano de 2020, uma
catástrofe epidemológica de tamanho ainda imensurável atingiu o planeta Terra.
Um vírus letal chamado Covid-19 (Corona Vírus), paralizou o mundo exigindo que
a população mundial entrasse em quarentena e/ ou isolamento social. Uma doença
que até então era desconhecida, ceifou a vida de milhares de pessoas ao redor
do mundo. O Brasil, um país de extensão continental, registrou um dos maiores
números de casos de contágio e óbitos. Para o enfrentamento desta situação, as
TICs se apresentaram como uma ferramenta importantíssima para a continuidade do
desenvolvimento dos setores de serviços fundamentais, dentre os quais a
educação e pesquisa fazem parte. Segundo o Secretário Geral da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico OCDE, Angel Gurriá:
Tecnologias digitais e modelos de negócios e
práticas de trabalho em evolução estão ajudando nossas economias e sociedades a
evitar uma paralisação completa. Agora, mais do que nunca, vamos sendo
"digital". Mas a crise também expôs os riscos de exacerbar as
vulnerabilidades e desigualdades em nossas sociedades - nem todo indivíduo ou
empresa está equipado com as habilidades ou os meios para usar ferramentas
digitais. (GURRIA, Angel, Panorama da Resposta Global à Covid-19, Caderno
Cris-Fio-Cruz, 29/07/2020).
Hoje, o uso de tecnologias
digitais se tornou necessário em todos os segmentos da sociedade global. No
Brasil, o cenário da educação pós-descoberta da
Covid conta com o ensino remoto e a
tecnologia, mais do que nunca, passou a fazer parte da rotina escolar.
Estabelecimentos de Ensino – creches, escolas, universidades – estão com
suas atividades escolares presenciais suspensas, o que atinge milhões de
estudantes em todo o país. Apesar de o fato ser terrível e estar prejudicando o
ensino e a aprendizagem, a suspensão das aulas é medida essencial para se
evitar a propagação da contaminação, tendo em vista que a escola é um ambiente
de natural contato. (PASINI et al, 2020).
Escolas de ensino regular dos quatro cantos do
globo precisaram, às pressas, readequar as aulas ao ensino a distância para que o aprendizado pudesse continuar. Em
meses, a necessidade fez a educação dar um salto tecnológico que demoraria
décadas. Agora, quando vislumbramos um cenário pós-pandemia, o ensino híbrido em sala de aula é
um modelo que será uma tendência a ser seguida.
Muitos autores são otimistas e defendem que as TICs são uma realidade do
mundo contemporâneo, e a sociedade, inclusive os sistemas educacionais,
precisam se adaptar. A geração de alunos da atualidade, é um novo perfil de
estudante que tem desafiado os professores. Os autores abaixo discorrem sobre a
nova realidade do ambiente escolar e as expectativas dessa geração tecnológica.
As redes de aprendizagem
digital permitem expandir a aprendizagem escolar muito para além dos seus
muros. A interação e colaboração a distância é hoje uma realidade e são
necessárias novas abordagens pedagógicas para poder tirar proveito educativo da
comunicação e acesso à informação virtualizada. (MEIRINHOS, 2015, p. 3) São
desenvolvidas novas expectativas de liberdade, flexibilidade em relação ao
momento e ao local da prática, uma necessidade de instantaneidade que se opõe
às práticas culturais tradicionais. (SANTAELLA, 2010, p. 21)
As redes de computadores
oferecem uma perspectiva muito diferente do computador isolado. Rompe-se o
isolamento tradicional das salas de aula, abrindo-as para o mundo. Permitem a
comunicação entre as pessoas eliminando as barreiras do espaço e tempo,
identidade e status social. (ADELL, 1997, p. 18)
A maioria das críticas se
baseia em desconfiança e medo, geralmente por parte de pessoas mais velhas.
Esses temores talvez sejam compreensíveis. A nova rede, nas mãos de uma nova
Geração Internet tecnologicamente preparada e com uma mentalidade comunitária,
tem o poder de abalar a sociedade e derrubar autoridades em várias áreas. [...]
a vida como nós a conhecemosse torna diferente. (TAPSCOTT, 2010, p. 17).
A evolução tecnológica e o
surgimento das TIC’s não é um fato novo, ela vem acontecendo há décadas e de
maneira exponencial, as tecnologias se atualizam constantemente, a capacidade
de processamento de informação de computadores, celulares e dispositivos
tecnológicos aumenta a cada ano, mas a utilização de todos esses artefatos no
ambiente de sala de aula, não acompanhou a rapidez dessa evolução, uma grande
parcela dos professores da atualidade enraizaram sua metodologia e didática de aula
no ensino tradicional e ignoraram o uso das TIC’s como ferramenta de esino e aprendizagem.
Então surge o paradigma: como ensinar uma geração de alunos “nativos digitais”
sem fazer uso das tecnologias atuais?
A Geração Z também tem sido
chamada de “nativos digitais”, “Geração Net”,
“e-generation”, “Homo sapiens digitalis”, “iGen”,
“Post-Millennials” entre outros
nomes. Os nativos digitais são aqueles nascidos após 1995, quando o uso da
internet se intensificou no globo e começaram a fazer parte do meio infantil,
tecnologias como Wi-Fi, smartphones, tablets, jogos on-line e
serviços virtuais de comunicação e socialização (MEIRINHOS, 2015).
Embora 80,6% das escolas
públicas brasileiras tenha laboratório de informática, apenas 46% dos
professores utilizam o computador para fins educativos. Esse número é expressivo
quando comparado ao levantamento de 2011, que aferiu 22% (INEP, 2014; BARBOSA,
2014). Essas e outras evidências mostram que os professores estão preocupados
em incorporar as novas TICs a sua prática pedagógica e esse processo se
intensificou nos últimos anos.
O atraso na inserção das
TIC’s nas escolas afetou adaptação repentina de professores e alunos na utilização
dessas para realização do ensino-remoto devido ao isolamento social ocasionado
pela pandemia. Problemas como falta de conecção com a internet, falta de treinamento para utilização de plataformas de
ensino on-line,
dentre outros fatores causaram uma crise na educação do país. O ensino remoto não está atingindo um nível
satisfatório de adesão dos alunos que estão em suas casas e não participam das
aulas à distância nem entregam suas tarefas, por ainda não estarem adaptados à
utilização das TIC’s na prática das atividades
escolares.
No dia 28 de abril deste
ano, o (CNE) editou uma resolução com diretrizes referentes ao período de
suspensão do ensino presencial e à volta às aulas no contexto da pandemia.
O documento criado pelo CNE fala de diversidade de atividades no ensino remoto,
ações de acolhimento e avaliações diagnósticas no retorno às aulas
presenciais. O texto foi aprovado pelo MEC no dia 1º de junho.
As estratégias de ensino a
distância têm sido importantes para a redução dos efeitos negativos do
distanciamento temporário, mas as evidências indicam que lacunas de diversas
naturezas serão criadas sem a interação presencial.
A falta de adesão dos
alunos ao ensino remoto provoca a ampliação de desigualdades, é importante
entender que a disposição de recursos tecnológicos é diferente entre os
distintos perfis socioeconômicos dos alunos e que aqueles alunos em situação de
vulnerabilidade social tendem a se afastar da escola nesse período.
Quando o assunto é ensino a
distância, as pesquisas apontam que o trabalho dos professores tem papel
significativo para assegurar uma boa experiência, independentemente da solução
utilizada. Por isso, diante do cenário atual, a utilização das TIC’s
durante esse periodo de pandemia, deixará um legado para a educação no país,
Daqui para a frente, o ensino mediado por diferentes tecnologias se integrará
de vez ao ensino presencial. Cabe às esferas governamentais oferecer subsídio e
capacitação para os professores e alunos integrarem as TIC’s como
ferramenta pedagógica em sala de aula.
3
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Este estudo
analisou o respaldo das leis e políticas educacionais no Brasil quanto à utilização
de TICs como ferramenta pedagógica e para a realização do Modelo de Ensino
Híbrido.
Foram
enfatizados os apontamentos de autores especialistas no processo de ensino e
aprendizagem, bem como registros sobre o Modelo de Ensino Híbrido como
alternativa para o uso das TICs em sala de aula, incluindo também sua relação com o ensino
remoto em tempos de isolamento social, devido à Pandemia do Covid-19. Destaca-se a importância da
utilização da tecnologia como ferramenta aliada dos professores e alunos na sala
de aula para a construção do conhecimento e na imersão dos alunos no cotidiano
tecnológico, tendência cada vez maior no mercado de trabalho.
Conforme
Perrenoud (2000) constatou, a tecnologia da informação atinge as mais diversas
áreas do conhecimento e deve estar atrelada ao papel da escola de transformar
cidadãos de forma que estejam atualizados, habilitados e capazes para atuarem
no mercado de trabalho e na própria sociedade. Dessa forma, o professor tem
papel fundamental no ensino e aprendizado, e também deverá utilizar tecnologias
digitais, além de conduzir e mediar o processo de utilização das tecnologias na
educação.
Hoje em dia,
o uso efetivo da
tecnologia nas escolas, principalmente nas salas de aula, ainda é um privilégio
de uma parcela restrita de docentes e alunos. É preciso investir em
infraestrutura e capacitar profissionais para atuarem no desenvolvimento de
ambientes virtuais de aprendizagem, e superarem as dificuldades para utilização
das TICs. O surgimento repentino de uma situação de isolamento social impôs um
novo modelo de sala de aula e serviu como adaptação para a imersão em uma nova
realidade educacional onde a tecnologia se fez uma ferramenta de ensino
imprescindível para que a o sistema educacional não parasse de funcionar.
Por fim, é
notável a existência da tecnologia da informação em nossas vidas, assim como a
importância dela na educação, como ferramenta de apoio ao trabalho pedagógico,
para que torne a aprendizagem um trabalho mais dinâmico, prazeroso e eficiente
na conquista e construção do ensino e aprendizagem do aluno. Com este estudo,
conclui-se que a integração das TICs na educação é um grande desafio a ser
enfrentado pela comunidade escolar e faz parte de uma evolução no sistema
educacional do país. Embora, o MEC venha planejando e indicando seu uso no
currículo escolar há décadas, cabem ainda muitos ajustes quanto à adequação do
ambiente e condições de recursos das escolas, bem como à formação profissional
e mudança da praxis pedagógica, de
forma a proporcionar ao aluno uma aprendizagem que utilize as tecnologias como
meio de inclusão do mesmo em uma sociedade tecnológica.
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[3] Plataforma AVAMEC³ - site: http://avamec.mec.gov.br
[4] EFAPE: Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação “Paulo Renato Costa
Souza” (EFAPE) – site:http://www.escoladeformacao.sp.gov.br