DOI: 10.5281/zenodo.5854994

 

Alexandre Ferraz da Conceição

Professor da educação básica privada. Licenciado em Ciências Biológicas e Mestrando em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. E-mail: alexandreferrazconceicao@gmail.com

 

Isabel Aparecida Bilhão

Professora e pesquisadora dos Programas de Pós-Graduação em Educação e História da Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: ibilhao@unisinos.br


 

Resumo: O artigo apresenta aspectos da trajetória de vida de uma professora da Educação Básica, atuante na cidade de Montenegro, no estado do Rio Grande do Sul, ligados a proposição e a manutenção de um projeto escolar intitulado Kizomba – festa da consciência negra, desenvolvido de 1988 a 2002. Busca-se, por meio da História Oral, identificar e analisar possíveis inter-relações do processo de autoidentificação e do estabelecimento de pertencimento étnico-racial da professora, com seu engajamento na promoção desse projeto escolar que valorizava a história e a cultura afro-brasileira e africana. Tal atuação é observada no interior de um contexto mais amplo de redemocratização política do país, ao longo dos anos 1980, no qual as ações do Movimento Negro contribuíram para o desenvolvimento de diversas formas de reconhecimento e valorização da população negra brasileira.  Pretende-se compreender como esse projeto, que se expandiu para além da instituição escolar, ensejou a participação da professora em outros âmbitos e ações estaduais e municipais ligados à valorização da negritude. Procuramos, dessa forma, contribuir, a partir de um exemplo local, para a ampliação do conhecimento sobre a história das ações escolares que podem ter colaborado para a constituição de uma cultura nacional de valorização da educação para as relações etnicorraciais e antirracista em períodos anteriores à Lei 10.639/2003.     

Palavras-chave: Consciência Negra. Projeto Escolar. Trajetória de vida. Kizomba.