Christovam Reis dos Santos Filho
Doutorando
em geografia pela Universidade Estadual do Ceará, professor da rede pública de
ensino do estado do Ceará, santosfilho20@gmail.com
Resumo:
O presente texto
mostra como o sagrado se remodelou em sua dimensão espacial no período da
pandemia do Covid-19 no que se refere ao modo alternativo para justificar a
ausência em templos religiosos e outros lugares sagrados. Desse modo,
objetivamos apresentar duas maneiras pelas quais os fiéis enfrentaram o
distanciamento social para manter a prática do sagrado durante as medidas
restritivas governamentais, a saber: cultos transmitidos de modo online e
reuniões domésticas. Para isso traçamos especificamente analisar a influência da modernidade líquida
nas relações religiosas, comparar as medidas adotadas pelos fiéis com as
restrições sanitárias e entender a dimensão espacial do sagrado nas relações
religiosas durante a pandemia. Tomamos por base, além de visitas de
campo, relatos jornalísticos acerca do tema e fizemos uma reflexão do real por
um esteio teórico que dê primazia aos significados espaciais e sua repercussão
no espaço sagrado. Verificamos que a manutenção do sagrado se repercutiu em
cultos online e reuniões domésticas, o que na prática evidencia que as pessoas
estão sendo direcionadas a olharem o sagrado por uma perspectiva mais líquida,
na qual se ajusta espacialmente
mediante as carências individuais dos fiéis, materializado pela intermediação
entre fiel e transcendente pelo ambiente do lar, seja em cultos online, seja em
reuniões domésticas, moldada ao contexto pandêmico influenciado pelo
COVID-19.
Palavras-chave: Espaço sagrado. Significados. Fluidez moderna. Reuniões domésticas e virtuais.