DOI: 10.5281/zenodo.5854974

 

Christovam Reis dos Santos Filho

Doutorando em geografia pela Universidade Estadual do Ceará, professor da rede pública de ensino do estado do Ceará, santosfilho20@gmail.com


Resumo:

O presente texto mostra como o sagrado se remodelou em sua dimensão espacial no período da pandemia do Covid-19 no que se refere ao modo alternativo para justificar a ausência em templos religiosos e outros lugares sagrados. Desse modo, objetivamos apresentar duas maneiras pelas quais os fiéis enfrentaram o distanciamento social para manter a prática do sagrado durante as medidas restritivas governamentais, a saber: cultos transmitidos de modo online e reuniões domésticas. Para isso traçamos especificamente analisar a influência da modernidade líquida nas relações religiosas, comparar as medidas adotadas pelos fiéis com as restrições sanitárias e entender a dimensão espacial do sagrado nas relações religiosas durante a pandemia. Tomamos por base, além de visitas de campo, relatos jornalísticos acerca do tema e fizemos uma reflexão do real por um esteio teórico que dê primazia aos significados espaciais e sua repercussão no espaço sagrado. Verificamos que a manutenção do sagrado se repercutiu em cultos online e reuniões domésticas, o que na prática evidencia que as pessoas estão sendo direcionadas a olharem o sagrado por uma perspectiva mais líquida, na qual se ajusta espacialmente mediante as carências individuais dos fiéis, materializado pela intermediação entre fiel e transcendente pelo ambiente do lar, seja em cultos online, seja em reuniões domésticas, moldada ao contexto pandêmico influenciado pelo COVID-19.

Palavras-chave: Espaço sagrado. Significados. Fluidez moderna. Reuniões domésticas e virtuais.