DOI: 10.5281/zenodo.6795908

 

Danilo Arnaldo Briskievicz

Professor do IFMG campus Santa Luzia. Doutor em Educação. E-mail: doserro@hotmail.com

 

Resumo: Diferenciamos dois tipos de discursos do mundo atual: o científico e o político a partir da leitura do livro de Hannah Arendt, A condição humana. Problematizamos a relevância do discurso científico e sua contradição com o discurso político. Analisamos o conflito entre política e ciência delimitando o tema em três eixos norteadores: o primeiro trata do páthos da eliminação do discurso e da ação pelas teorias científicas herdeiras da crise do mundo moderno em que politicamente, o problema da redução do valor da ação no espaço público para a solução dos conflitos humanos, em que há uma diminuição no reconhecimento da importância do discurso e da presença no mundo comum, afeta o destino das comunidades. O segundo eixo trata da indistinção moderna – teórica e prática – entre ação e processo, ou seja, entre política e ciência, ou dito de outra forma, entre a ação e a fabricação. A polarização entre essas duas dimensões da vita activa nos situa no problema atual que é a tentativa de agir sem pensar, sem julgar e sem querer porque estamos automatizados como máquinas sociais condicionadas. O terceiro eixo trata de esclarecer o que, de fato, para Arendt, é a atividade da ação, que faz do homem um ser político. Dessa forma, apresentamos a solução da irreversibilidade e da imprevisibilidade da ação no ponto de vista arendtiano a fim de esclarecer que o discurso científico é processual e ligado à fabricação enquanto que a ação é o fundamento da teoria da ação arendtiana.

Palavras-chave: Ação. Fabricação. Ciência. Política. A condição humana.