DOI: 10.5281/zenodo.7044446

 

Rodrigo Zambrotti Pinaud[1]

Graduado em Ciências Biológicas pela UFRJ (1994) e Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Cruzeiro do Sul (2021), Mestrado em Planejamento Energético e Ambiental pela COPPE/UFRJ (1997) e Marinheiro Auxiliar de Convés  pela Marinha do Brasil (2014). Experiência na área de Botânica, Bioquímica Ambiental, Ecologia, Educação Ambiental, Avaliação de Impactos Ambientais, Análise de Risco, implantação e acompanhamento de Programas Socioambientais e Medidas Mitigadoras de Empreendimentos da área de Energia e Planejamento Territorial,  Geoprocessamento, Cartografia Histórica, História Ambiental e Navegação/Náutica.

 



[1]Mestre em Ciências em Planejamento Energético e Ambiental. E-mail: rpinaud@ufrrj.br


Resumo:

O município de Paraty, localizado no sul do estado do Rio de Janeiro, possuiu seu apogeu econômico nos séculos XVII e XVIII, pelo cultivo da cana-de-açúcar e do café, transporte de ouro para embarque a Portugal e tráfico negreiro, através de sua via de ligação terrestre do litoral com a região de São Paulo e Minas Gerais. A partir de meados do Século XIX, Paraty entrou em um processo de estagnação econômica que só começou a ser revertido a partir de meados do Século XX. Foi elevada a Monumento Histórico do Estado do Rio de Janeiro em 1945 e Monumento Nacional em 1966 e desde 2019 foi reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Histórico da Humanidade - Cultura e Biodiversidade. Pouco descrito, o impacto ambiental desses ciclos econômicos locais levou a degradação de praticamente toda a cobertura florestal do município, situação essa que ainda podia ser evidenciada na década de 60 do Século XX. Com a abertura do trecho Rio-Santos da rodovia BR-101 no início dos anos 70, um verdadeiro boom turístico e populacional atingiu Paraty. A população passou de 9.360 habitantes em 1950 para 15.934 em 1970, chegando a aproximadamente 43.000 habitantes (2019). Concomitantemente, uma série de Unidades de Conservação foram criadas na região: Parque Nacional da Serra da Bocaina, Parque Estadual Paraty-Mirim, que em 1976 passa a ser denominado Área Estadual de Lazer de Paraty-Mirim. Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, Estação Ecológica de Tamoios, Reserva Ecológica Estadual da Juatinga. A presença dessas Unidades de Conservação, faz com que o município de Paraty fosse fortemente regulada por normas e regras federais o que por vezes resulta em seu descumprimento em função da dificuldade de fiscalização e da disposição de parte da população local e de turistas de segunda residência em ocupar ilegalmente áreas protegidas e, principalmente, as não protegidas. O objetivo deste trabalho é mostrar, através de Cartografia Histórica, interpretação de fotografias aéreas pancromáticas na escala de 1:25.000, obtidas em 1965 pela USAF, fotografias de campo, que apesar da extensão das áreas protegidas legalmente e suas áreas adjacentes o que aumentou a extensão das áreas cobertas por florestas no município, o vetor de expansão urbana faz que a vegetação faz com que a vegetação seja progressivamente suprimida ao longo dos cursos dos rios e áreas adjacentes.

Palavras-chave: Acumulação por Espoliação. História da Juatinga – Paraty  (RJ). Cartografia Histórica. Paisagem Histórica. História Ambiental