Luanda Dantas Sampaio
Graduanda em Letras
Língua Portuguesa/Inglesa pela Universidade Estadual do Maranhão - Campus
Bacabal; E-mail: luandasampaio1@gmail.com
Gil Derlan Silva Almeida
Doutorando e Mestre em
Letras pela Universidade Federal do Piauí, Especialista em Línguas Portuguesa e
Inglesa, Graduado em Letras Português/Inglês pela Universidade Estadual do
Maranhão, Professor de Letras Português/Inglês do Instituto Federal do Maranhão
- Campus Bacabal
Resumo:
Conforme Lyotard (2017), o mundo pós-moderno é rodeado de mazelas e tensões que
o caracterizam como tal. Neste sentido, a literatura distópica funciona, por
vezes, como um gatilho que aguça a necessidade de vistas sobre o caos em que as
estruturas da sociedade se ancoram. Tais fenômenos são recorrentes e marcados
por imbricações que problematizam o meio ambiente, a política, as desigualdades
e a (in) submissão da população contra os processos opressores. Desta maneira,
na trilogia Jogos Vorazes (2010-2011), de autoria de Suzanne Collins, o
viés literário é palco para se discorrer sobre a desordem e o caos, disfarçadas
de entretenimento para os habitantes da Capital. Este trabalho objetiva
discutir as estratégias de (in) submissão das minorias na referida trilogia,
refletindo sobre como se dão essas lutas e resistências contra os governantes e
ao sistema político em vigor no contexto das obras. Como metodologia, adotam-se
os pressupostos da pesquisa qualitativa, pois esta investiga os tipos sociais e
suas ações junto ao meio, conforme Gil (2002), bem como usam-se os recursos da
pesquisa bibliográfica, com fichamentos do corpus literário, aqui composto
pelas três principais obras que compõem a trilogia: Jogos Vorazes
(2010), Em Chamas (2011) e A Esperança (2011). O referencial
teórico ancora-se nas discussões suscitadas por Bosi (1992), Dalcastagné
(2020), Costa (2017), Schmidt (2017) e Mbembe (2003), dentre outros que
dialogam sobre política, subalternidade, opressão e resistência, além da
relação destes temas com a literatura. Vê-se que na trilogia, a resistência
caminha como um lampejo de esperança contra os processos de mortificação e
destruição da população mais marginalizada e explorada. Trata-se de um lutar
para viver e romper o sistema opressor que os encarecera e os violenta
paulatinamente. Centrando-se na personagem feminina Katniss Everdeen, a
resistência junta forças e passa a questionar os mandos e desmandos vindos da
Capital, para então, começar uma luta armada e ideológica em prol de sua
libertação.
Palavras-chave: Jogos Vorazes. Resistência. Distopia.