Luiz Gustavo Santos da Silva
Pós-Doutor em Relações Étnicas e Contemporaneidade (PPGREC-UESB)
Docente em estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em
Relações Étnicas e Contemporaneidade.
Doutor em Educação pelo Programa
de Pós-graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro –
ProPed/UERJ). Email: gustavofirmina@gmail.com
Eudes Batista Siqueira
Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Étnicas e
Contemporaneidade (UESB). Mestre em Relações Étnicas e
Contemporaneidade pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Email:
eudes-oke@hotmail.com
RESUMO
Partindo do pressuposto de que os
terreiros de candomblé são espaços pluriétnicos, lugares em que circulam mitos,
ritos, ancestralidades e que estes produzem saberes, compreendemos como as
relações estabelecidas entre os sujeitos da pesquisa entrevistados são
construídas. O ilê fica localizado no município de Gongogi, região sul da
Bahia. Utilizamos a Hermenêutica de Profundidade (Thompson, 1995) como
referencial metodológico e a etnografia, enquanto método de estudo, entendendo
como o padê, nome ioruba que designa rituais de aberturas dedicados aos orixás
e a zuela, nome banto que se refere às cantigas utilizadas nos rituais dos
terreiros articulam identidades e diferenças dentro do Ilê Axé Orussalê.
Através das interações vividas pelos participantes da pesquisa, utilizando como
recurso a técnica das histórias de vida temática, analisamos como o padê e a
zuela, formas simbólicas legadas pelos povos africanos em diáspora são
articuladas neste espaço, construindo sentidos étnicos de “ser de terreiro”.
Além disso, destacamos que tais práticas possibilitam refletir sobre processos
de resistência cultural, estratégias de manutenção da memória coletiva e formas
de transmissão intergeracional de saberes, fundamentais para a compreensão da
complexidade das identidades afro-brasileiras, de sua continuidade histórica e
da vitalidade política e espiritual presente nos terreiros, reafirmando sua
centralidade como patrimônio cultural imaterial.
Palavras-chave: Padê; Zuela; Identidades; Diferenças; Histórias de vida temática.
