DOI: 10.5281/zenodo.17459469

 

Luiz Gustavo Santos da Silva

Pós-Doutor em Relações Étnicas e Contemporaneidade (PPGREC-UESB)

Docente em estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Relações Étnicas e Contemporaneidade. Doutor em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – ProPed/UERJ). Email: gustavofirmina@gmail.com

 

Eudes Batista Siqueira

Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Étnicas e Contemporaneidade (UESB). Mestre em Relações Étnicas e Contemporaneidade pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Email: eudes-oke@hotmail.com

 

RESUMO

Partindo do pressuposto de que os terreiros de candomblé são espaços pluriétnicos, lugares em que circulam mitos, ritos, ancestralidades e que estes produzem saberes, compreendemos como as relações estabelecidas entre os sujeitos da pesquisa entrevistados são construídas. O ilê fica localizado no município de Gongogi, região sul da Bahia. Utilizamos a Hermenêutica de Profundidade (Thompson, 1995) como referencial metodológico e a etnografia, enquanto método de estudo, entendendo como o padê, nome ioruba que designa rituais de aberturas dedicados aos orixás e a zuela, nome banto que se refere às cantigas utilizadas nos rituais dos terreiros articulam identidades e diferenças dentro do Ilê Axé Orussalê. Através das interações vividas pelos participantes da pesquisa, utilizando como recurso a técnica das histórias de vida temática, analisamos como o padê e a zuela, formas simbólicas legadas pelos povos africanos em diáspora são articuladas neste espaço, construindo sentidos étnicos de “ser de terreiro”. Além disso, destacamos que tais práticas possibilitam refletir sobre processos de resistência cultural, estratégias de manutenção da memória coletiva e formas de transmissão intergeracional de saberes, fundamentais para a compreensão da complexidade das identidades afro-brasileiras, de sua continuidade histórica e da vitalidade política e espiritual presente nos terreiros, reafirmando sua centralidade como patrimônio cultural imaterial.

Palavras-chave: Padê; Zuela; Identidades; Diferenças; Histórias de vida temática.