Cloris
Miranda Bispo
Mestranda em Estudos Territoriais (Proet/UNEB).
Graduação em Turismo e Geografia. Especialização em Metodologia do Ensino
Superior, Pesquisa e Extensão pela Universidade do Estado da Bahia.
Especialização em Metodologia do Ensino de Geografia e História pela
Uninter/EAD. Lecionou no curso de Graduação em Gestão Tecnológica em Turismo
Receptivo. É servidora pública da Prefeitura Municipal de Salvador, lotada na
Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop). E-mail: cloristurismo@gmail.com
RESUMO
O Brasil
é um país de grande diversidade étnica e cultural bem como de extensões
territoriais. Cada povo que pertence a uma determinada sociedade vive em
diferentes espaços e compreende de maneira também diferente a sua realidade. A
formação do Brasil ao longo da história foi marcada por uma variedade de povos,
cada povo com um modo de vida, especificidades e espacialidade territorial. Os
indígenas, povos originários do Brasil, vivem em espaços/territórios
diferenciados, tendo que existir e reexistir em suas terras tidas por direito
constitucional. Contudo, são povos que necessitam dialogar com a sociedade não
indígena que o cercam e, para tanto necessitam de conviver e aprender o
funcionamento dos sistemas sobretudo, o educacional pois, é preciso manter contato
seja para venda de seus trabalhos artesanais, seja para usufruir das políticas
públicas inerentes às suas necessidades, como saúde, moradia e acesso à terra.
É a partir do Livro Didático de Geografia do ensino médio que o presente artigo
objetiva analisar como a temática indígena tem sido abordada referenciando, a
Lei nº 11.645/08, que inclui no currículo oficial da rede de ensino a
obrigatoriedade da temática da história e da cultura afro-brasileira e
indígena. O foco que se apresenta neste trabalho é levantar as questões
territoriais indígenas em algumas coleções didáticas advindas através do
Programa Nacional do Livro Didático (PNDL), nos dois últimos períodos
compreendidos entre 2018/2020 e 2021/2023, que foram enviados para as
instituições escolares públicas de Salvador/BA. Os procedimentos metodológicos
dessa pesquisa foram divididos em cinco partes para melhor compreender o seu
desenvolvimento. Justifica-se metodologicamente, por se tratar de uma pesquisa
bibliográfica de cunho qualitativo e exploratório com o propósito de verificar
como as questões territoriais são abordadas no Livro Didático. Como resultados
apontaram para uma “certa” e ainda limitações sobre as questões indígenas
trazidas como conteúdos nos Livros Didáticos, mostrado que ainda é preciso
descolonizar para decolar no processo de ensino-aprendizagem colocando os
estudantes e professores frente a várias culturas que são produtoras e agentes
sociais dentro do espaço geográfico. Para isso, propõem uma outra maneira de
aparições e representações do tema de cuja a base seja formada por fonte
original dos próprios indígenas como forma de valorizá-los e representá-los.
Palavras chave: Povos indígenas. Territórios. Lei 11.645/08.Livros Didáticos.
