Gladyston Augusto Roberto
Servidor IFMG, docente UTRAMIG,
Bacharel em Administração e Mestre em Educação e Formação Humana
gladystonroberto@gmail.com
RESUMO
O presente
ensaio analisa a complexa relação entre o acesso formal e as condições reais de
permanência de estudantes com deficiência no ensino superior brasileiro. A
partir de uma reflexão fundamentada nos achados de Garcia, Bacarin e Leonardo
(2018), o texto argumenta que, embora as políticas públicas de inclusão tenham promovido
avanços significativos na adaptação dos processos seletivos, garantindo o
ingresso, a jornada acadêmica desses estudantes continua marcada por barreiras
estruturais. A análise revela um cenário paradoxal: enquanto o acesso no
momento do vestibular é percebido positivamente pelos discentes, a permanência
é constantemente ameaçada por obstáculos de ordem arquitetônica, pedagógica e
atitudinal. A inadequação da infraestrutura dos campi, com calçadas irregulares
e falta de sinalização, limita a autonomia e a plena participação na vida
universitária. De forma mais crítica, as barreiras pedagógicas, exemplificadas
pela falta de organização do corpo docente em adaptar e disponibilizar
materiais didáticos em tempo hábil, comprometem diretamente o acesso ao conhecimento
e o processo de ensino-aprendizagem. O artigo conclui que a efetivação da
inclusão educacional transcende a simples matrícula, exigindo uma profunda
transformação na cultura institucional das universidades. A superação dos
desafios reais à permanência demanda um compromisso coletivo, com planejamento
proativo e a responsabilização de todos os atores acadêmicos, para que o
direito de entrar na universidade se converta, de fato, no direito de
pertencer, aprender e obter sucesso acadêmico em condições de equidade.
Palavras-chave: Acessibilidade. Educação Superior. Inclusão. Permanência. Pessoa com Deficiência.
