DOI: 10.5281/zenodo.17784545

 

Gladyston Augusto Roberto

Servidor IFMG, docente UTRAMIG, Bacharel em Administração e Mestre em Educação e Formação Humana gladystonroberto@gmail.com


 

RESUMO

O presente ensaio analisa a complexa relação entre o acesso formal e as condições reais de permanência de estudantes com deficiência no ensino superior brasileiro. A partir de uma reflexão fundamentada nos achados de Garcia, Bacarin e Leonardo (2018), o texto argumenta que, embora as políticas públicas de inclusão tenham promovido avanços significativos na adaptação dos processos seletivos, garantindo o ingresso, a jornada acadêmica desses estudantes continua marcada por barreiras estruturais. A análise revela um cenário paradoxal: enquanto o acesso no momento do vestibular é percebido positivamente pelos discentes, a permanência é constantemente ameaçada por obstáculos de ordem arquitetônica, pedagógica e atitudinal. A inadequação da infraestrutura dos campi, com calçadas irregulares e falta de sinalização, limita a autonomia e a plena participação na vida universitária. De forma mais crítica, as barreiras pedagógicas, exemplificadas pela falta de organização do corpo docente em adaptar e disponibilizar materiais didáticos em tempo hábil, comprometem diretamente o acesso ao conhecimento e o processo de ensino-aprendizagem. O artigo conclui que a efetivação da inclusão educacional transcende a simples matrícula, exigindo uma profunda transformação na cultura institucional das universidades. A superação dos desafios reais à permanência demanda um compromisso coletivo, com planejamento proativo e a responsabilização de todos os atores acadêmicos, para que o direito de entrar na universidade se converta, de fato, no direito de pertencer, aprender e obter sucesso acadêmico em condições de equidade.

Palavras-chave: Acessibilidade. Educação Superior. Inclusão. Permanência. Pessoa com Deficiência.